| 16/08/2005 14h29min
Emerson Palmieri, ex-tesoureiro informal do PTB, disse hoje na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão que se considera uma vítima do PT, pois o partido teria feito toda uma negociação com o PTB e não teria cumprido nada. A resposta foi dada a uma pergunta do deputado Wladimir Costa (PMDB-PA), quando este perguntou se Palmieri se sentia vítima ou uma pessoa usada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Palmieri negou que o partido tenha recebido mensalão, confirmando a versão de Jefferson.
– De coração, eu nunca vi distribuição de mensalão no PTB. Nunca, nunca, nunca. Houve, sim, conversa de mensalão, que todo mundo sabe, mas que o partido não aceitou – afirmou.
Ao ser indagado sobre a origem dos R$ 4 milhões recebidos por Jefferson, Palmieri afirmou que, visualmente, havia mais fitas – que separam os maços de dinheiro – do Banco do Brasil do que do Banco Rural.
– Tinha fitas tanto do Banco do Brasil quanto do Rural. Sem sombras de dúvidas. Não posso informar o percentual exato. Visualmente, tinha mais fita do Banco do Brasil do que do Rural. Destruí as fitas e coloquei elástico porque fica mais seguro guardar assim. Fui de banco há muitos anos e sei que o Banco do Brasil distribui dinheiro a muitos bancos, então é difícil afirmar.
O ex-tesoureiro contestou informações sobre o seu patrimônio. Sobre a compra de um automóvel Mercedez Benz, este ano, em dinheiro vivo, o ex-tesoureiro afirmou que o pagamento foi financiado no banco e custou R$ 160 mil. Palmieri negou ainda que tenha comprado um apartamento de 300 metros quadrados por R$ 500 mil. Segundo ele, o imóvel, de aproximadamente 100 metros quadrados, custou R$ 86 mil. A aquisição de uma moto este ano por R$ 150 mil também foi contestada pelo ex-tesoureiro, que afirma ter comprado uma Honda por R$ 68 mil.
– Está tudo declarado. Está tudo na minha receita – afirmou.
AGÊNCIAS SENADO E O GLOBO