| 16/08/2005 12h36min
A Polícia Militar do Distrito Federal calcula que mais de 10 mil pessoas estejam participando do ato promovido pela Coordenação de Movimentos Sociais nesta manhã em Brasília. A estimativa dos organizadores do movimento é de que o número de participantes chegue a 40 mil.
Assim como os protestos de 1992 que pediam o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, os estudantes estão hoje com os rostos pintados de verde e amarelo, mas não falam de impeachment. Com cartazes e faixas, eles protestam contra a crise política nacional e a corrupção, mas em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra a proposta de impeachment. Desta vez, eles pedem punição para os envolvidos nas denúncias de corrupção e defendem a reforma política, propondo mudanças no financiamento público de campanha.
Os manifestantes gritam palavras de ordem como "Ao,ao,ão, abaixo o mensalão", e "É ou não é piada de salão o neto do ACM falando de corrupção",
uma referência ao deputado
Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Nos três trios elétricos que acompanham a manifestação, os discursos são uníssonos em defesa do mandato de Lula e ao mesmo tempo em defesa do combate à corrupção.
A PM reforçou o policiamento na área, utilizando inclusive a polícia montada com cerca de dois mil membros. Por causa do forte calor que faz em Brasília, cerca de 100 manifestantes se refrescam no espelho d´água do Congresso, sem registro de acidentes.
A marcha começou por volta das 9h desta manhã, fez uma parada em frente ao Ministério da Fazenda, para protestar contra a política econômica, deu uma volta na Esplanada e agora está concentrada no gramado do Congresso. O protesto é organizado por entidades como União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT). Os manifestantes exibem bandeiras do PT, da CUT, do MST, de sindicatos e do
PCdoB.
Segundo o
presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Peta, a mobilização é uma prova de que os estudantes não estão apáticos diante dos a crise que assola o país. Para ele, além de punir os políticos corruptos, é preciso atacar a raiz do problema, que é o financiamento de campanhas políticas.
Peta afirmou que é um equivoco pensar que o financiamento público vai tirar dinheiro do cidadão para cobrir gastos de políticos. Segundo ele, os eleitos, quando assumem seus mandatos, não correspondem aos anseios da população, mas sim desejos de quem financia as candidaturas.
AGÊNCIA BRASIL E O GLOBO