| 31/12/2001 10h18min
O presidente da Câmara de Deputados e presidente interino da Argentina, Eduardo Camaño, fez um apelo à população para que "não se mobilize". Ele se referiu aos protestos populares que resultaram em distúrbios nas ruas e na renúncia dos presidentes Fernando de la Rúa e Adolfo Rodríguez Saá. Camaño destacou que o povo deve colaborar para que haja a possibilidade de resolver a crise.
A sessão do Congresso que irá escolher o novo presidente do país está marcada para começar às 15h (horário de Brasília) desta terça-feira, dia 1º.
O deputado Leopoldo Moreau (União Civica Radical) advertiu que a Argentina está a um milímetro de uma guerra civil. Moreau defendeu a formação de um "governo de salvação nacional" e pediu que todos os partidos cheguem a um acordo. Ressaltou que todos os partidos são culpados pela crise e vão ter que fazer concessões para tentar resolver o problema. Segundo Moreau, neste momento não há apenas uma ausência de governo na Argentina, salientando que quase não existe Estado também.
Nesse domingo, o presidente interino Adolfo Rodriguez Saá renunciou. Ele acusou a falta de apoio dos governadores de províncias do partido Justicialista, especialmente o de Córdoba, pela sua decisão. O próximo nome na linha sucessória, o presidente do Senado argentino, Ramon Puerta, também recusou o cargo.
Puerta argumentou que não vai assumir a presidência provisória do país porque ele representa uma província pequena e o novo presidente deve ser proveniente de uma das províncias mais importantes. Ressaltou que o novo presidente interino deve ter poder de fogo para negociar com os radicais.