| 12/08/2005 15h57min
O ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz deverá depor na CPI dos Bingos pelo menos mais três vezes. Diante de tantas informações desencontradas dos depoentes que falaram até agora, a comissão resolveu usar o instrumento da acareação para acelerar os trabalhos e esclarecer acusações mútuas entre pessoas e empresas supostamente envolvidas em atos de corrupção.
Provavelmente serão colocados em votação, já na próxima quarta, antes dos depoimentos de Valderi Albuquerque, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, e de Mário Haag, ex-vice-presidente da Caixa, marcados para as 11h30m, requerimentos propondo a realização de três acareações com Waldomiro Diniz. Já existe um consenso entre os membros da CPI para que as propostas sejam aprovadas por unanimidade.
A primeira acareação será com Marcelo Rovai, ex-diretor da Gtech do Brasil, que acusou Waldomiro de ter intermediado o contrato entre a empresa e a Caixa, a segunda será com Rogério Buratti, ex-secretário de governo de Ribeirão Preto, acusado por Rovai de ter exigido propina de R$ 6 milhões para garantir a renovação do contrato com a Caixa, além de uma terceira acareação entre Waldomiro, Rovai e Buratti.
O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), acredita que essas acareações só terão peso e irão contribuir de fato com os trabalhos do colegiado se Waldomiro comparecer à comissão sem qualquer tipo de proteção judicial. Ontem, ele depôs na CPI amparado por um hábeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garantiu o direito de não ser preso e de ficar calado diante de perguntas que poderiam incriminá-lo mais tarde em processos judiciais.
A secretaria da CPI informa que, ao longo da próxima semana, deverão chegar à comissão novos pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de pessoas e empresas envolvidas em denúncias sobre a utilização de casas de bingo na prática de crimes, entre eles o de lavagem de dinheiro. Para analisar toda a documentação, a CPI conta com a ajuda de um perito da Polícia Federal e de um assessor técnico da Receita Federal.
As informações são da Agência Senado.