| 10/08/2005 13h44min
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão, Paulo Pimenta (PT-RS), entrou em contradição, durante a sessão conjunta das CPIs dos Correios e do Mensalão, sobre onde pegou a lista complementar de saques das contas de Valério. Pimenta afirmou tê-la recebido durante o depoimento de Valério em uma mesa, e não numa garagem.
Segundo o deputado, a lista com trechos de processos do Superior Tribunal Federal e com uma série de documentos estava circulando na sessão da CPI do Mensalão ontem à noite, quando Valério depôs. Ele afirmou que a lista não foi levada por Valério nem por seus advogados à comissão.
Antes da interrupção da sessão, Pimenta havia dito que a lista havia sido entregue a ele no carro de Valério após o depoimento do publicitário. Os nomes deste novo documento seriam de importantes políticos, e referiam-se a saques dos quais Valério não possuía comprovantes.
O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) apontou a contradição entre as versões de Pimenta, afirmando ter testemunhado o momento em que o vice-presidente da CPI entrou no veículo de Valério na garagem do Senado Federal. Redecker recordou ainda que o próprio depoente informara que não entregaria tal lista à CPI por não possuir comprovantes efetivos em nome destes supostos beneficiários de suas contas. E questionou:
– O deputado Paulo Pimenta se contradiz. Ele não precisava entrar dentro do carro de Valério para pegá-la se ele mesmo disse que ela já estava disponível – alegou, sem confirmar, no entanto, se vira o deputado sair do veículo em seguida.
Diante da nova explicação de Pimenta, o deputado federal Eduardo Paes (PSDB-RJ) chamou o vice-presidente de omisso e duvidou da procedência e da credibilidade da lista.
– Eu mesmo já recebi inúmeras listas apócrifas, mas tive a serenidade de não torná-las públicas – disse Paes.
As informações são da Agência O Globo.