| 04/08/2005 17h06min
O policial civil de Minas Gerais David Rodrigues Alves disse em depoimento na CPI dos Correios que não conhece nem nunca viu o empresário Marcos Valério, suposto operador do mensalão. Ele afirmou que sacava das contas do publicitário no Banco Rural por ordem do sócio da agência SMPB Cristiano de Mello Paz, da gerente financeira da empresa, Simone Vasconcelos, e da funcionária Geisa dos Santos. O dinheiro dos saques, que totalizaria R$ 4,9 milhões, era entregue às mesmas pessoas.
O depoente revelou à CPI que recebia as ordens para os saques de duas formas: por meio de telefonemas feitos a partir da agência SMPB ou pessoalmente, na sede da empresa. A cada vez que transportava o dinheiro, em caixas de tamanhos variados, ele ganhava de R$ 50 a R$ 100, além das despesas com táxis.
David informou que se apresentava como policial civil para ter permissão de entrar armado na agência de Belo Horizonte, onde realizava os saques. Segundo o depoente, foram essas – ser policial e possuir arma – as condições apresentadas por Cristiano Paz para contratá-lo.
David disse ainda que foi Haroldo Bicalho quem o apresentou ao sócio de Marcos Valério. Segundo o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), Bicalho é um doleiro recentemente preso na operação Farol da Colina, da Polícia Federal. Ainda no depoimento, o policial negou conhecer Zilmar Fernandes da Silveira, que teria recebido dinheiro de Valério destinado ao publicitário Duda Mendonça.
As informações são da Agência O Globo.