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 | 04/08/2005 14h51min

Jefferson admite ter recebido R$ 200 mil do PT sem fim eleitoral

Deputado disse que o valor extra foi entregue a Alexandre Chaves

O deputado Roberto Jefferson admitiu pela primeira vez, em depoimento hoje na CPI do Mensalão, ter recebido recursos do PT sem finalidade eleitoral. Além dos R$ 4 milhões que teriam sido entregues pelo empresário Marcos Valério em duas malas ao PTB, houve uma movimentação de R$ 200 mil nas contas do PTB provenientes de recursos do PT. Jefferson explicou que o valor extra foi entregue a Alexandre Chaves, que, segundo o parlamentar, era motorista da campanha de Ciro Gomes, atual ministro da Integração Nacional e candidato a presidente com apoio do PTB em 2002.

– Ele (o motorista) estava com um problema com a filha e precisávamos ajudá-lo – afirmou o deputado, acrescentando que os R$ 200 mil foram sacados pelo motorista em duas vezes: 7 e 14 de janeiro do ano passado.

Jefferson explicou que o ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri foi o contato com o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para fazer com que Alexandre, "a quem devíamos muita consideração e respeito", pudesse sacar o dinheiro. Os R$ 200 mil, segundo o deputado, foi para o PTB e não para ele, Jefferson, como pessoa física. No caso dos R$ 4 milhões, ele havia dito ter recebido como pessoa física e não como presidente do PTB.

Sobre os R$ 4 milhões, Jefferson manteve o mistério do destino do dinheiro. Indagado em relação ao assunto, respondeu que ainda não revelaria.

– Eu me preservo o direito de não falar – disse.

O deputado do PTB reafirmou que recebeu os R$ 4 milhões oriundos do caixa dois do PT (sem declaração à Justiça eleitoral) como doação para a campanha municipal de 2004. Mas disse que não repassou o dinheiro a qualquer deputado federal do PTB, tanto os que foram candidatos em seus municípios quanto os que não foram. Ele repudiou a representação de parlamentares do PL que pedem a cassação do mandato de deputados federais do PTB por suspeita de terem recebido parte destes recursos não declarados legalmente.

– Não transferi nenhum recurso deste caixa dois que recebi do PT para qualquer companheiro deputado federal, sendo ele candidato a prefeito ou não. Portanto, as acusações que faz o ex-deputado Valdemar (Costa Neto, presidente do PL) não têm procedência – defendeu-se.

As informações são da Agência O Globo.

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