| 02/08/2005 10h07min
Um dia antes de o deputado federal e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) depor no Conselho de Ética da Câmara, sua ex-mulher e psicóloga Maria Ângela Saragoça confirmou ontem, por meio de nota oficial divulgada no site do partido, que obteve ajuda do empresário Marcos Valério de Souza para conseguir um emprego no Banco BMG.
Maria Ângela assumiu a vaga em novembro de 2003. Marcos Valério é apontado como o operador do mensalão. A ex-mulher de Dirceu disse ainda que obteve um empréstimo de R$ 42 mil no Banco Rural, também com a ajuda de Valério, para comprar um novo apartamento.
Maria Ângela destacou que o ex-ministro não tinha conhecimento da negociação para a compra do apartamento. Afirmou que procurou o ex-marido para conseguir ajuda financeira, mas Dirceu teria dito que não tinha condições. O apartamento anterior de Maria Ângela foi adquirido por Rogério Tolentino, advogado e sócio de Valério. Na nota, ela disse ter sido enganada pelo empresário: "Agora me dou conta que fui usada por este senhor, que tinha interesses próprios e provavelmente visava comprometer o ex-ministro José Dirceu".
Maria Ângela foi apresentada a Marcos Valério pelo ex-secretário nacional do partido Silvio Pereira, a quem considera um amigo.
Em reportagem publicada na edição de segunda-feira do jornal Correio Braziliense, Valério afirmou ter ajudado Dirceu a conseguir um empréstimo de R$ 200 mil no Banco Rural para Maria Ângela. Valério também disse ter atendido solicitação do ex-ministro da Casa Civil para conseguir a vaga no BMG para a ex-mulher do petista. Os pedidos teriam sido feitos por Dirceu logo depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valério aguardou as vésperas do depoimento de Dirceu para revelar o episódio que demonstraria a proximidade entre os dois.
As informações são do jornal Zero Hora.