| 29/07/2005 21h43min
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), patrocinou a tentativa de acordo para sepultar os trabalhos do Conselho de Ética da Câmara e, com isso, evitar a cassação dos mandatos de deputados acusados de integrar o suposto esquema do "mensalão" no Congresso.
A informação é do presidente nacional do PP e aliado de Severino, deputado Pedro Corrêa (PE). Segundo ele, Severino está preocupado com uma "guerra" de partidos no Conselho, com pedidos de cassação, e quer bancar uma "agenda positiva" no Congresso a partir de agosto.
Corrêa foi implicado pelo assessor do PP João Cláudio Genu como um dos tomadores de dinheiro de Marcos Valério nesta sexta.
A articulação chefiada por Severino começou na terça-feira, dia em que participou de café da manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a necessidade de o Congresso iniciar uma agenda positiva em agosto. Severino abriu as negociações em sua própria casa na terça. Estavam presentes líderes partidários e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
O PL consultou a Secretaria Geral da Mesa da Câmara sobre a viabilidade regimental de retirar a representação em que pede a cassação de Roberto Jefferson (PTB-RJ), presidente licenciado do PTB e autor das denúncias de que integrantes do PL e do PP recebiam mesada do PT para votar a favor dos projetos do governo.
Em troca, Jefferson desistiria de pedir a cassação dos mandatos de pelo menos cinco deputados, três do PL – Valdemar Costa Neto (PL-SP), presidente da legenda, Sandro Mabel (PL-GO), líder da bancada na Câmara, e Carlos Rodrigues (PL-RJ).
A cassação dos mandatos resulta em inelegibilidade até o início de 2015. Na melhor das hipóteses, aqueles que perderem os mandatos só poderão se candidatar nas eleições municipais de 2016.
As informações são de Zero Hora.