| 20/07/2005 11h17min
Até 8 de agosto, a Varig vai definir quais as linhas reforçadas e quais serão desativadas. Pela primeira vez em Porto Alegre desde que assumiu a presidência da empresa, Omar Carneiro da Cunha confirmou ontem que será elevada a oferta de vôos para dois destinos: Alemanha e Estados Unidos.
– Vamos sair de alguns lugares que não têm passageiros e concentrar em outros em que faltam assentos – disse Carneiro da Cunha.
Depois de uma conturbada manifestação dos funcionários da Varig na quinta-feira, Carneiro da Cunha passou quase o dia todo em Porto Alegre. No início da tarde, reuniu-se com os empregados. Mais tarde, no Palácio Piratini, pouco antes de se reunir com o governador Germano Rigotto, admitiu demissões entre os 17 mil empregados:
– Ajustes poderão ser feitos, mas não temos um número. A lei permite que isso seja feito, para tornar a empresa mais competitiva.
Para Celso Klafke, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil, a reunião foi "uma grande decepção", por falta de informações concretas sobre o futuro e a regularização dos salários de junho.
– Ele falou muito em intenção, mas de concreto, nada – reclamou.
Segundo presentes à reunião, Carneiro da Cunha teria atribuído o atraso no pagamento de salários à crise no Banco do Brasil, que já derrubou dois vices-presidentes. No entanto, Klafke afirmou que salários pagos em dia foram exceção nos últimos três anos.
Outro prazo crucial para a Varig é o da apresentação do plano de reestruturação financeira, que vence em meados de setembro – ainda há discussões sobre a data exata. Depois, a empresa tem quatro meses para negociar com credores.
Carneiro da Cunha confirmou o interesse de bancos e fundos de investimento estrangeiros em injetar capital na empresa, mas disse que o valor ainda não está definido. A Varig está fechando com o banco de investimentos suíço UBS para assessorar o plano de reestruturação. O presidente da Varig estimou que a empresa deve R$ 3 bilhões a credores privados e mais R$ 4,37 bilhões em impostos. O dirigente reiterou o compromisso da Fundação Ruben Berta de abrir mão do controle da empresa e previu que, no próximo ano, a Varig já terá novo acionista majoritário.
– É possível que a fundação deixe de ser controladora em 2006.
As informações são do jornal Zero Hora.