| 12/07/2005 18h32min
O ex-diretor de Tecnologia e Infra-Estrutura dos Correios Eduardo Medeiros afirmou hoje, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista dos Correios, que o ex-presidente da estatal João Henrique de Almeida Sousa, afastado do cargo no mês passado, recebia de 15 a 20 parlamentares por dia em seu gabinete na estatal.
Medeiros disse que não era incomum na estatal que os diretores recebessem fornecedores acompanhados de parlamentares. O ex-diretor garantiu que, em seus 12 meses no cargo, teria recebido 12 políticos, alguns mais de uma vez, totalizando de 15 a 16 visitas. Segundo ele, nenhum era do PT e a maioria pertencia ao PMDB, "que tinha indicado o presidente e quatro diretores da empresa".
Durante o depoimento de Medeiros, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) apresentou uma camisa dos Correios com propaganda eleitoral do PPS, que teria sido encontrada no município mineiro de Patrocínio. Segundo o parlamentar, a camisa comprova o uso eleitoral de material da estatal.
Em resposta, o ex-diretor afirmou que a camiseta pertencia a um lote que foi devolvido pelos Correios por não cumprir as especificações exigidas. Segundo ele, o assunto foi objeto de matérias em jornais durante a campanha eleitoral do ano passado. Apesar da explicação, o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) sugeriu que a CPI requisite informações da empresa para descobrir se o material chegou a ser pago.
As informações são da agência O Globo.