| 05/07/2005 07h44min
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que apresentará hoje, na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios, requerimento para que o secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, deponha na próxima semana. A convocação do petista já foi aprovada pela comissão, mas não tem data marcada.
Documentos do Banco Central publicados no fim de semana pela revista Veja comprovam que o publicitário Marcos Valério foi avalista de um empréstimo de R$ 2,4 milhões feito pelo partido no Banco de Minas Gerais (BMG). O secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, divulgou nota em que confirma a realização da operação, no início de 2003, e também a informação de que Valério foi responsável pelo pagamento de uma das parcelas da dívida, de cerca de R$ 350 mil.
As empresas do publicitário Marcos Valério mantêm diversos contratos com estatais e ministérios. Na semana passada, os sigilos fiscal, bancário e telefônico dele e de suas empresas foram quebrados pela CPMI dos Correios.
Junto com Delúbio, Valério é apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos responsáveis pelo suposto pagamento de mesadas a parlamentares do PP e do PL, o chamado "mensalão". O depoimento de Valério à CPI está previsto para amanhã.
As informações sobre o empréstimo determinam a "urgência" da convocação de Delúbio Soares, na opinião do senador Álvaro Dias. – Está explícita a parceria entre Marcos Valério e Delúbio Soares – afirma. Ele diz considerar, também, inevitável a convocação do presidente do PT, José Genoino, para explicar à CPMI a ligação do publicitário com o empréstimo ao partido. – A convocação de José Genoino é inevitável porque ele assinou o documento – disse.
O primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), afirma que o governo e o PT não têm outro caminho a não ser "a apuração radical de todas as denúncias e punir quem quer que seja". Para ele, o PT está "sob franco processo de linchamento moral". Ele acrescenta que não se pode culpar a oposição por conta disso, uma vez que o PT, quando era oposição, atuava da mesma forma.
As informações são da Agência Brasil.