| 02/12/2001 23h19min
O presidente da Argentina Fernando de la Rúa assegurou na noite deste domingo, dia 2, em rápido pronunciamento, que a "especulação foi derrotada" com as medidas anunciadas no sábado, que controlam o uso dos fundos bancários e o envio de capital ao Exterior.
A partir desta segunda-feira, dia 3, por pelo menos 90 dias, os argentinos só poderão retirar das contas bancárias US$ 250 (ou 250 pesos) semanais em dinheiro, enviar ao Exterior apenas US$ 1 mil por mês sem autorização do Banco Central, e ainda deverão tomar empréstimos em dólar. As medidas, anunciadas no sábado à noite, destinam-se a forçar as transações bancárias - oficialmente não submetidas a limites - evitando que a aceleração da corrida aos depósitos, acentuada na sexta-feira com retiradas estimadas em US$ 700 milhões, resultasse no fechamento dos bancos nesta segunda. Também pretendem evitar a fuga de capitais, que já chega a US$ 15,4 bilhões desde janeiro, por meio de um controle do Banco Central sobre os envios e pagamentos ao Exterior.
O medo de que pessoas assustadas tentassem nesta segunda tirar tudo o que fosse permitido de suas contas fez o governo fixar limites semanais para os saques, reduzindo o choque das mudanças. No fim de semana, os argentinos tentaram tirar dinheiro nos caixas eletrônicos. Mas os bancos não reabasteceram os caixas, e a grande maioria ficou sem dinheiro ainda na manhã de sábado. Com a imposição do limite semanal de US$ 250 para os saques em dinheiro vivo, os argentinos terão de utilizar cartões bancários e de crédito ou talões de cheques para pagar os gastos que excedam aquela quantia. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, diz acreditar que logo os argentinos se adaptarão a outras formas de pagar suas despesas.