| 20/06/2005 20h25min
A goleada por 4 a 0 para a Anapolina modificou completamente o clima no Estádio Olímpico. Nesta segunda, dia 20, o ambiente tranqüilo de uma equipe que não perdia a cinco jogos deu lugar a um ambiente tenso, tomado por especulações sobre eventuais demissões. No foco dos boatos, está o técnico Mano Menezes, que enfrenta a mais grave crise desde sua chegada ao Grêmio.
A direção gremista garante a permanência de Mano no comando técnico do time, mas informações que circulam pelos bastidores do Estádio Olímpico dão conta de que membros da diretoria teriam pedido a demissão do treinador. Mano, porém, diz que prefere manter a serenidade e não dar ouvidos a boatos.
– O Grêmio tem confiança no trabalho do seu técnico. Esta segunda-feira está sendo bastante difícil, mas a direção sabe que foi um acidente de percurso e que temos condição de manter a trajetória dos jogos anteriores a este – disse o técnico, após uma reunião informal com o diretor de futebol Paulo Pelaipe.
Mas apesar de não declarar publicamente, Mano sabe que o resultado da partida do próximo sábado, dia 25, contra o Santo André, pode definir o seu futuro no clube. Além de líder isolado da Série B, com 21 pontos, a equipe do ABC paulista é a única invicta no Brasileirão, tanto da Série A quanto da B. Otimista, Mano acredita que uma vitória pode trazer de volta a tranqüilidade de que precisa para dar prosseguimento ao seu trabalho.
– O jogo é importante como foram as partidas contra o Paulista e contra a Anapolina. Mas agora temos a oportunidade de jogar com o líder da competição e desmanchar essa imagem que ficou do jogo passado. Vamos treinar para isso – afirmou o treinador.
Outro que também tem o cargo ameaçado no Olímpico é o diretor de esportes Mário Sérgio. O dirigente teria entrado em conflito com Mano em função do pedido feito por este último para que o Grêmio contratasse o preparador físico Arthur Ruschel e o treinador de goleiros Rogério Maia. Mário quer a permanência de Flávio Trevisan e Francisco Cersósimo, profissionais contratados por ele.
Além disto, o dirigente também eximiu-se de qualquer responsabilidade pelas contratações feitas pelo Grêmio a partir da chegada de Mano Menezes e, sem função no clube desde que Renato Moreira e Paulo Pelaipe foram escolhidos para atuar no departamento de futebol, deixou o presidente Paulo Odone à vontade para demiti-lo. Sobre a possibilidade de assumir o comando do time no lugar do atual técnico, uma das tantas especulações desta segunda, Mário Sérgio foi taxativo.
– Não tenho perfil para ser técnico de segunda divisão. Segunda divisão não é futebol, é guerra.
Nesta terça, dia 21, uma reunião no Estádio Olímpico entre o presidente Paulo Odone e outros membros da direção, na qual Mársio Sérgio e Mano Menezes também participarão, irá avaliar os efeitos da goleada do último domingo e definir se haverá ou não demissões.
Com informações da Rádio Gaúcha.