| 07/06/2005 18h06min
Em função das diversas denúncias de corrupção envolvendo integrantes do PTB e do governo federal, todos os diretores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) entregaram seus cargos nesta terça, dia 7. A decisão partiu dos ministros das Comunicações, Eunício Oliveira, e da Fazenda, Antonio Palocci, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o próprio ministro das Comunicações, no encontro, Lula teria pedido a ele a a Palocci que o ajudassem a encontrar a solução mais rápida para o problema.
Palocci informou, em nota à imprensa no final da tarde desta seguna, que aceita o afastamento do presidente, Luiz Appolonio Neto, e da diretoria do IRB. Segundo a nota, a medida foi orientada pelo presidente Lula. Para assumir o posto de presidente do IRB, Paloccci indicou o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Marcos Lisboa.
– A aceitação do afastamento da diretoria do IRB não implica qualquer pré-julgamento em relação às denúncias veiculadas na imprensa. Trata-se de atitude de desprendimento da diretoria com vistas a permitir uma apuração mais rápida, isenta e de maior transparência junto à opinião pública – diz a nota.
Segundo fontes oficiais, trata-se de uma "primeira medida" para pôr fim à crise política enfrentada devido a denúncias de corrupção em estatais que seriam coordenadas por integrantes do PTB. A situação foi agravada ainda com a entrevista do presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), denunciando um suposto esquema de compra de votos de deputados do PL e do PP na Câmara, que seria coordenado pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Nesta terça, o governo insistiu em se desatar do escândalo que salpica no PT. Ao mesmo tempo em que autoridades do governo reiteraram que as denúncias não afetam o Executivo, no Congresso parece cada vez mais solitário o deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e que acusou o PT de subornar deputados.
Com informações das agências Brasil, Reuters e Globo Online.