O ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, apresentou nesta segunda, 6, a declaração de bens ao Ministério Público Federal (MPF).

– Devo ter uns R$ 200 mil – declarou Marinho ao sair do depoimento, que começou por volta das 16h e terminou no final da noite desta segunda.

O valor, explicou, corresponderia a "o ágio de um apartamento, uma Parati e um Celta financiado".

De acordo com um de Marinho, Sebastião Coelho, seu cliente leva uma vida "modestíssima, incompatível com aquilo que atribuem a ele". O ex-chefe de departamento negou à imprensa estar protegendo alguém.

– Se tiver certeza de alguma coisa, eu falarei. Tenho a consciência tranqüilamente limpa.

Na semana passada, em depoimento à Polícia Federal, Maurício Marinho se defendeu de denúncias de corrupção dizendo ser vítima de uma "armação". O delegado Luiz Flávio Zampronha, no entanto, declarou não ter ficado convencido, e Marinho foi indiciado pelos crimes de corrupção passiva e fraude em licitação.

A revista Veja divulgou esquema de corrupção nos Correios por meio de uma gravação em que o Mauricio Marinho, então chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da estatal, acerta pagamento de propina com representantes de uma empresa. Na conversa, Marinho recebe R$ 3 mil e afirma que agia em nome do presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ).

Em depoimento à PF no dia 24 de maio, Marinho afirmou que a citação ao deputado Roberto Jefferson foi apenas uma bravata e que os R$ 3 mil seriam em troca de uma parceria com a suposta empresa.

Com informações da Agência Brasil.