| 25/05/2005 19h55min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o governo brasileiro precisa acompanhar com atenção as mudanças na legislação boliviana sobre a exploração de gás e petróleo na Bolívia. A declaração foi feita pelo ministro nesta quarta, dia 25, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem oficial à Ásia.
– O Brasil tem investimentos grandes lá e tem interesse em que as coisas se resolvam da melhor forma possível– afirmou Amorim.
A nova legislação, aprovada pelo Congresso boliviano esse mês, aumentou para cerca de 50% os tributos para as empresas estrangeiras que investem no setor de petróleo e gás da Bolívia.
Amorim disse que a missão boliviana que esteve no Brasil semana passada teve o objetivo de demonstrar o desejo de manter a cooperação entre os dois países. A missão era composta pelos ministros de Energia, Relações Exteriores e um representante do presidente da Bolívia. Eles estiveram reunidos com a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, e também com Celso Amorim.
– Agora, há várias posições e nós ainda não sabemos qual vai prevalecer. Temos acompanhado esse assunto de perto– disse Amorim.
A Petrobras já afirmou que a crise da Bolívia não deve afetar o consumo de gás no Brasil. A estatal já está trabalhando para reduzir esse risco, procurando antecipar a produção de gás das reservas de Santos (SP).
Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, a rentabilidade da empresa poderá ser prejudicada pela elevação de tributos definida pela nova Lei de Hidrocarbonetos, promulgada recentemente pelo governo boliviano. A lei, específica para companhias estrangeiras que exploram petróleo e gás naquele país, aumenta de 18% para cerca de 50% os tributos cobrados. Em conseqüência disso, os novos projetos da estatal na Bolívia serão re-avaliados.
As informações são da Agência Brasil.