| 24/05/2005 18h09min
O ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho, envolvido em esquema de propina na estatal, foi indiciado nesta terça, dia 24, por crime de corrupção passiva e fraude em licitação. Em depoimento de oito horas ele negou ter agido sob o comando do presidente do PTB, Roberto Jefferson.
– Aquilo foi uma bravata, eu nunca tive nenhum tipo de envolvimento com ele – disse a jornalistas Marinho, afastado da chefia do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios.
Ele prestou depoimento nesta terça na sede da Polícia Federal em Brasília ao delegado Luiz Flavio Zampronha, encarregado do caso.
– Não tive nenhum tipo de envolvimento com ninguém – completou, contrariando gravação de conversa sua com representantes de empresas na sede dos Correios, divulgada pela revista Veja na semana passada. Na conversa, Marinho recebe R$ 3 mil e afirma que o PTB lhe dá cobertura.
Ele não revelou o nome da empresa com quem aparece negociando na conversa gravada. Contou que encontrou os empresários, de nomes Goldman e Vitor, quatro vezes entre março e abril deste ano.
Segundo um de seus advogados, Sebastião Coelho da Silva, Marinho foi usado em esquema de "desestabilização". Para ele, a empresa seria fictícia.
Na entrevista, Marinho afirmou ter se encontrado com Jefferson em três ocasiões, todas formais. Uma delas foi um cumprimento no aeroporto e outra foi em um aniversário num clube com a presença de outros políticos.
Ao conhecer o conteúdo das declarações de Marinho, representantes do PTB afirmaram que vão analisar a retirada das 10 assinaturas de deputados do partido do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso.
As informações são da agência Reuters.