| 19/05/2005 23h52min
Os líderes do PFL e do PSDB na Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ) e Alberto Goldman (SP), divulgaram nesta quinta, 19, nota oficial dizendo que não vão medir esforços "para que sejam apuradas até o final todas as denúncias de corrupção e desvios que pairam sobre o governo Lula".
Eles afirmam na nota que é imprescindível as denúncias de corrupção nos Correios serem apuradas por uma comissão parlamentar de inquérito, "pois não se concebe que crimes desta gravidade, cometidos contra o patrimônio público no âmbito do Poder Executivo, sejam fiscalizados apenas por ele próprio".
Em outro trecho da nota, os líderes da oposição acusam o governo e a base aliada de dificultar os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a apurar eventuais infrações no processo de privatização do setor elétrico.
"A comissão só não foi instalada em face da obstrução e da falta de interesse do governo", diz a nota.
O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), usou a tribuna para rebater a nota da oposição, que segundo ele, contém uma inverdade, quando afirma que o governo e os aliados obstruiram a instalação da CPI do Setor Elétrico. Chinaglia disse que quem fez obstrução foi a oposição, e não os aliados.
– Houve oito tentativas de instalação da CPI. Em sete, a reunião foi cancelada, sem registro de presença. Em 4 de maio, houve a abertura da reunião. Dos deputados da base, estavam presentes 16 e ausentes, 12. Da oposição, estavam presentes três deputados e ausentes, sete. Então, quem fazia obstrução era a oposição, e não o governo – lembrou o líder.
Ele ressaltou que a CPI do Setor Elétrico destina-se a investigar privatizações feitas no governo passado e afirmou que aplaude o PFL e o PSDB, que querem a investigação. Tucanos e pefelistas afirmaram hoje que não temem qualquer investigação do processo de privatização do setor elétrico.
– O que nós não vamos tolerar é o argumento de ocasião de que esses partidos (PFL e PSDB) é que preservam a moralidade pública – afirmou Chinaglia.
Ele disse que não está havendo intimidação do governo para que parlamentares da base aliada retirem as assinaturas da CPI dos Correios.
Nesta quinta, Rodrigo Maia e Alberto Goldman pediram ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), o início imediato dos trabalhos da CPI do Setor Elétrico. Segundo Maia, o pedido foi em resposta a uma declaração do vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), de que a oposição deveria se empenhar em apurar as privatizações do governo passado.
– Não vamos aceitar essa postura que coloca em dúvida nossa prática na Câmara – disse o líder pefelista.
Já o líder do PSDB respondeu que os tucanos não fazem nenhuma objeção para que qualquer CPI seja instalada.
– Quem não quer é o governo – disse ele.
As informações são da Agêncai Brasil.