O presidente do Iraque, Jalal Talabani, declarou que a insurgência iraquiana, que dura dois anos e é liderada pelo jordaniano Abu Musab Al Zarqawi é financiada por seguidores de uma rígida seita saudita e por alguns países estrangeiros, sem citar os governos que ele considera envolvidos. 

Jalal Talabani afirmou que Zarqawi está enfraquecido e isolado e que não há temores de guerra civil no Iraque, apesar da recente onda de atentados destinada a prejudicar o novo governo. O veterano líder curdo, empossado há um mês como o primeiro presidente não-árabe de um país árabe, disse na noite de domingo que Zarqawi recebe apoio de extremistas de todo o Oriente Médio.                                

– Eles estão recebendo ajuda da Al-Qaeda e de alguns financiadores entre algumas organizações extremistas muçulmanas, de extremistas wahabitas no exterior e de países que não vou citar – disse.

Talabani, que passou por Amã a caminho de Brasília, onde participa da cúpula América do Sul-Países Arábes (Aspa), disse que a captura de Zarqawi pode estar próxima e que a liderança do grupo, responsável por alguns dos atentados mais violentos nos últimos anos, foi dizimada.

– Acho que Zarqawi parece isolado e odiado pelos iraquianos, e eu não descartaria sua captura a qualquer instante, mas não posso estimar onde ou quando – afirmou.

Segundo ele, os recentes atentados em Bagdá são um sinal de desespero do grupo de Zarqawi, que teve centenas de membros presos ou mortos. 

Ele afirmou ainda que os atritos entre xiitas e sunitas não levarão a uma guerra civil.

– O grupo de Zarqawi está tentando semear alguma dissidência e guerra civil, mas não vão conseguir. Não temo uma guerra civil no Iraque – afirmou. 

Desde que as facções políticas divulgaram a composição do novo – embora incompleto – gabinete, na semana passada, os guerrilheiros ampliaram os ataques, matando mais de 300 pessoas. Mas Talabani disse que os insurgentes perderam redutos importantes, como Falluja, alvo de uma ofensiva norte-americana em novembro de 2004.

As informações são da agência Reuters.