A torcida colorada grita faceira nas arquibancadas:

– Ão, ão, ão Fernandão é seleção.

O meia-atacante colorado, craque e líder do time de Muricy Ramalho, lutou para ter a oportunidade de vestir a camisa verde-amarela. Ele fez muito. Desde a sua chegada em 2004, o meio-campo do Inter flui. Com visão de jogo e ótimo posicionamento, ele grandão, sabe se esconder entre os adversários e surgir rápido na hora do arremate certeiro de cabeça. Já fez gol de puxeta, bicicleta, gol 1000 em Gre-Nal, de pênalti e até sem ângulo.

No Gauchão 2005 em que o Inter conquistou o tetracampeonato, por sinal, a primeira taça que Fernandão ergueu no clube, ele foi fundamental. Nos duelos contra o Glória, de Vacaria, assumiu a responsabildiade e comandou o time. Marcou nos dois confrontos em Vacaria: de pênalti e com potentes cabeçadas. Em partidas encruadas contra o Veranópolis, decidiu nos instantes finais.

No ano passado, ele já era referência no grupo colorado. O time ia bem na Sul-Americana. O clube vislumbrava conquistar um torneio internacional mas, Fernandão se machucou. Numa partida no Beira-Rio, diante do Júnior, de Barranquilla, ele sofreu uma ruptura muscular na coxa. Nas palavras do presidente Fernando Carvalho, até o cimento das arquibancadas do Beira-Rio sentiram a lesão.

O rival, Grêmio, já coheceu a marca do jogador. Foi dele o gol 1000 em clássicos Gre-Nais, gol com direito a placa nos vestiários do Beira-Rio.

No início deste ano, ele levou um tempo para engrenar, como de resto todo o time. Agora, ninguém tem dúvida. Ele será o centro do time colorado neste Brasileirão. Fernandão já comemorou um Gauchão e agora quer mais.

Ele despontou tanto com a camisa vermelha que chamou a atenção dos clubes de São Paulo. No final do ano passado, o Santos teria feito um contato. No começo deste mês, a poderosa MSI acenou com doláres para contar com o jogador no Corinthians. Nada, porém, o demoveu da idéia de seguir em Porto Alegre e no Inter. Afinal, aqui ele é o galáctico dos pampas.