| 12/04/2005 12h07min
Diversas empresas gaúchas estariam envolvidas em um desfalque superior a R$ 1 bilhão da Receita Federal. A maioria delas fica na região de Caxias do Sul, Vale do Sinos e Santa Maria, além da área central do Rio Grande do Sul. Entre as diversas instituições envolvidas estão uma do setor coureiro-calçadista e uma de ensino. A Polícia Federal (PF) deve divulgar os nomes nos próximos dias.
Nesta terça, dia 12, serão interrogados 12 dos 13 presos envolvidos na organização criminosa descoberta pela Operação Tango. Um dos detidos continua no Rio de Janeiro. E um 14º integrante da quadrilha está foragido em São Paulo. Depois dos depoimentos, os suspeitos serão encaminhados para o Presídio Central, em Porto Alegre. A única mulher irá para presídio feminino de Madre Pelletier, na capital gaúcha.
Conforme o delegado Ildo Gasparetto, as investigações agora devem apurar o envolvimento de empresas e servidores públicos:
– O dinheiro que foi desviado da previdência e de outros órgãos estaria voltando e sendo lavado através das empresas de fachada, sonegação e corrupção de funcionários públicos.
Entre a noite de segunda e a manhã desta terça, chegaram malotes com materiais das seis localidades no Brasil onde o grupo agia. O objetivo da Polícia Federal é analisar com rapidez computadores, documentos, apólices e dinheiro utilizado na fraude. De acordo com o corregedor Moacir Leão, o golpe mais comum era abater imposto federais, principalmente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de Renda (IR), por meio de créditos frios ou não habilitados.
As investigações começaram a ser realizadas em 2002 pelo Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, em Santa Maria, no interior do estado. Na época, um grupo liderado pelo argentino Cesar Arrieta encaminhou pedido de restituição de R$ 75 milhões, quantia considerada muito elevada para o porte da cidade.
As informações são da Rádio Gaúcha.