O Vaticano negou na manhã desta sexta, 1º de abril, que o Papa estivesse em coma, informação divulgada pela mídia italiana. O porta-voz da Santa Sé, Joaquin Navarro Vals, confirmou que João Paulo II, de 84 anos, sofreu um colapso cardiocirculatório e que está com infecção generalizada, quadro classificado como muito grave.

Vals afirmou, no entanto, que o Pontífice está consciente, lúcido e sereno e segue sendo monitorado por sua equipe médica. Segundo o porta-voz, o Santo Padre está em seus aposentos no Vaticano, já que, por decisão própria, se negou a ser levado ao Hospital Gemelli, em Roma.

Vals, disse que conversará com repórteres sobre a saúde do papa entre 7h30min e 8h (horário de Brasília), por volta de meio-dia na Itália.

O estado de saúde de João Paulo II piorou nesta quinta, 31, quando uma febre alta em decorrência de uma infecção urinária foi detectada. Nas últimas horas, o quadro se agravou ainda mais.

Fontes já adiantam que o estado de João Paulo II seria irreversível. O cardeal que deverá anunciar a morte do Papa chegou na manhã desta sexta ao Vaticano. Vals disse que o Papa recebeu o Sagrado Viático – um sacramento reservado àqueles que se aproximam da morte – e que decidiu por conta própria não ir para o hospital. Ele participou de uma missa com seus assessores às 6h (1h, horário de Brasília) desta sexta. 

Desde as primeiras horas, fiéis chegam à Praça de São Pedro. Muitos rezam na Basílica de São Pedro. As manifestações políticas e os comícios eleitorais foram suspensos em toda a Itália nesta sexta. No domingo, 3, ocorrem eleições regionais, e a sexta seria o último dia de campanha nas ruas. Os bombeiros e a polícia também já se reuniram para definir como garantir a segurança no Vaticano.

Desde fevereiro, o Papa apresenta uma saúde fragilizada. No início daquele mês, João Paulo II foi internado no Hospital Gemelli em decorrência de uma pneumonia.

Poucos dias depois de receber alta, o Papa voltou a ser internado e foi submetido a uma traqueostomia – cirurgia em que foi introduzida uma sonda para que ele respirasse melhor. Depois de sair do hospital, em 13 de março, o Pontífice apareceu poucas vezes em público.

Em 26 anos de papado, foi a primeira vez que não presidiu cerimônias da Semana Santa. No domingo de Páscoa, João Paulo II se limitou a fazer um sinal da cruz, após tentativa frustrada de falar aos fiéis que estavam na Praça de São Pedro, no Vaticano. A cena se repetiu na segunda, 28, emocionando peregrinos.

Na quarta, em decorrência de complicações, o Papa recebeu outra sonda, desta vez para auxiliar na alimentação. Desde que foi submetido a uma traqueostomia, João Paulo II já perdeu 19 quilos. Especialistas afirmam que a recuperação do Pontífice é bastante difícil, em razão da idade e do Mal de Parkinson, doença que acompanha Karol Wojtyla há anos.

Com informações das agências Reuters e AP.

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