| 23/03/2005 19h29min
O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Carlos Guedes, afirmou nesta quarta, dia 23, que não há necessidade de o Rio Grande do Sul importar milho da Argentina.
– Não temos nenhum problema de abastecimento no país, que é um exportador de milho.
Na terça o superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, afirmou que o Estado precisará importar entre 2,5 e 3 milhões de toneladas de milho para complementar o abastecimento das cadeias produtivas de aves, suínos e lácteos.
– A exemplo dos seus colegas do Nordeste, os criadores gaúchos querem ter a alternativa de importar o produto de outros países, mesmo que transgênico – pediu o superintendente, de acordo com nota divulgada pelo ministério.
Carlos Guedes diz que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem em seus estoques mais de 2 milhões de toneladas de milho. A queda de aproximadamente 4 milhões de toneladas na produção do país esteve concentrada nos Estados do Sul, que sofrem com a falta prolongada de chuvas. Para o secretário executivo, a queda de produção não se reflete em problemas de abastecimento.
– O que está acontecendo é uma reação nos preços que nos últimos trinta 30 subiram – afirma Carlos Guedes.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorizou os agricultores nordestinos a importarem milho argentino transgênico, que servirá de ração para aves. O órgão ainda não se posicionou em relação aos produtores do Sul.
Luis Carlos Guedes diz que no Nordeste o preço do milho nacional é mais alto em conseqüência do frete pago para transportar o alimento que vem, na maioria das vezes, do Paraná ou Mato Grosso por via terrestre. Já a Argentina exporta por via marítima e "tem condições de colocar no Nordeste a preços menores que o nacional". O secretário afirma que o mesmo não deve acontecer no Sul do país.
A estiagem atingiu diversas áreas do Sul. Cerca de 80% dos municípios do Rio Grande do Sul, 30% de Santa Catarina e 10% do Paraná decretaram situação de emergência. O governo estima que os prejuízos são da ordem de R$ 6 bilhões na economia dos três Estados.
A expectativa é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione nesta quinta a Lei de Biossegurança, que garante à CTNBio poderes para liberar a comercialização e o plantio de transgênicos no país. Segundo a lei, o órgão é quem avalia a necessidade de um relatório de impacto ambiental sobre os projetos de pesquisa com organismos geneticamente modificados.
As informações são da Agência Brasil.