| 22/03/2005 12h45min
A safra de soja do Brasil 2004/05 deverá ser de 53,1 milhões de toneladas, volume menor que o indicado no levantamento anterior realizado em fevereiro e divulgado no início de março pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As projeções foram divulgadas nesta terça, dia 22. A estimativa anterior projetava uma safra de 57 milhões de toneladas.
A estiagem que afetou boa parte das lavouras foi a responsável pela nova queda, identificada em um levantamento extraordinário feito pela estatal nos últimos dias. Mas o governo sinaliza que as perdas devem parar por aí.
– A nossa avaliação é que tende, com pequenos ajustes, a permanecer neste patamar, até porque uma parcela grande (da safra de soja) já foi colhida – afirmou o presidente da Conab, Jacinto Ferreira.
– Talvez ocorram alguns pequenos ajustes no Estado de Goiás – disse ele, acrescentando que os ajustes finais poderão ser tanto para cima como para baixo, já que o clima parece ter retornado à normalidade, o que poderá recuperar alguns campos.
Analistas independentes, como a Agroconsult, já indicaram que a safra pode ser menor, em torno de 51 milhões de toneladas.
– De 15% a 20% da soja ainda está em floração. Então isso pode sofrer impacto positivo ou negativo (do clima) – afirmou Ferreira, acrescentando que como a perspectiva é que o clima continue, de agora para frente, satisfatório, o impacto poderá ser positivo.
A estimativa para a safra total de milho foi mantida em 39,03 milhões de toneladas pela Conab, mesmo número do relatório anterior. A safra total de grãos do Brasil deverá ficar em 119,49 milhões de toneladas, ante 123,4 milhões em fevereiro. Apesar de manter o número para o milho, a Conab diz que tudo vai depender ainda do desenvolvimento da segunda safra do cereal, que está sendo plantada agora.
– A grande incógnita, de fato, embora ainda seja prematuro analisar, é qual será o impacto (da estiagem) sobre a safrinha – disse Ferreira.
Produtores no Paraná tiveram dificuldade para plantar a safrinha de milho, que tem um calendário apertado (se o plantio atrasar muito, a planta fica suscetível a danos pelo frio). As chuvas recentes melhoraram a umidade do solo no Estado, mas a dúvida agora é quanto será possível cultivar no tempo que resta.
De acordo com a Conab, há possibilidade de que alguns produtores que pretendiam cultivar milho acabem optando pelo trigo, que pode ser plantado mais tardiamente. A estatal informou que tem 2 milhões de toneladas de milho em estoque e que esse volume, aliado ao que está nas mãos do setor privado, será suficiente para garantir a oferta no mercado local.
As informações são da agência Reuters.