| 10/10/2001 20h47min
Dois americanos e um japonês conquistaram o Prêmio Nobel de Química, e dividirão a premiação de cerca de R$ 2,7 milhões. Eles foram agraciados por pesquisas voltadas para acelerar reações químicas que permitem a produção em larga escala de inúmeros medicamentos, incluindo antibióticos, antiinflamatórios e remédios para o coração. Os estudos de William Knowles, Barry Sharpless e Ryoji Noyori partiram do fato de que muitas moléculas aparecem de forma assimétrica, tal com são as mãos direita e esquerda de uma pessoa elas nunca podem ser sobrepostas uma à outra. Essa diferença é fundamental, uma vez que células doentes podem responder bem a apenas uma das formas. É o caso, como lembrou a academia sueca, da talidomida, usada em mulheres grávidas nos anos 60. Uma das formas da droga ajudava a controlar a náusea, enquanto a outra causava o nascimento de bebês defeituosos. As descobertas dos cientistas vencedores do Nobel originaram métodos capazes de produzir apenas uma das formas das moléculas. Sharpless, de 60 anos, professor do Scripps Research Institute, na Califórnia, receberá metade da premiação por desenvolver catalisadores que aceleram as reações químicas na produção de remédios para o coração, como os beta-bloqueadores. Knowles, de 84 anos, trabalhou na companhia Monsanto, no Missouri, antes de se aposentar em 1986. Foi nesse período que ele descobriu o processo industrial para a produção da L-Dopa, a droga usada no tratamento da doença de Parkinson. Noyori, de 63 anos, da Universidade de Nagóia, partiu do trabalho de Knowles para desenvolver melhores e mais eficientes catalisadores que produziram, por exemplo, o mentol. Também foi graças às suas pesquisas que drogas contra úlcera foram produzidas. Além das drogas, muitos aromatizantes e inseticidas puderam ser criados com variações desse método.