| 18/03/2005 18h25min
A estiagem que atinge o Paraná está mobilizando agricultores familiares e assentados de Guarapuava, região central do Estado. Eles alegam que são os que mais produzem e se identificam como os que mais diretamente sofrem os impactos da seca. Segundo o coordenador do Fórum Regional das Entidades da Agricultura Familiar, Luiz Tomacheski, as perdas na região atingem mais de 50% das lavouras de feijão, soja, arroz e principalmente milho.
Os agricultores querem que o governo do Paraná componha um fundo de manutenção familiar junto com o governo federal em que cada um se comprometa a depositar valores idênticos. Eles reivindicam também isenção do pagamento da conta de energia elétrica por seis meses, máquinas para a perfuração de poços artesianos e açudes e a utilização de parte dos recursos do Fundo de Aval para atender os agricultores que não financiaram suas lavouras no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Além disso, os agricultores familiares pedem a liberação de recursos ou sementes de culturas de inverno – duas sacas (gratuitamente) por família de pequenos produtores de leite.
O governo do Paraná comunicou nesta sexta, dia 18, que já acertou com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, algumas medidas de auxílio às famílias atingidas pela estiagem. Segundo o governador Roberto Requião, agricultores conveniados com o Pronaf deverão procurar as agências do Banco do Brasil ou o sindicato da região para pedir uma vistoria na propriedade. Com a comprovação do estado de emergência a propriedade terá 100% de quitação das dívidas.
Também haverá uma prorrogação de prazos para o pagamento de financiamentos de custeio e investimento, ou seja, o agricultor poderá pagar em um prazo de dois anos – metade em 2006 e a outra metade em 2007.
De acordo com o Serviço de Meteorologia do Estado, em algumas regiões não chove há 60 dias. Cerca de 40 municípios já decretaram estado de emergência. Até agora foram registrados no Paraná 13 mil pedidos de cobertura dos prejuízos no Banco do Brasil, mas estima-se que no total 25 mil agricultores familiares solicitem o auxílio.
As informações são da Agência Brasil.