| 15/03/2005 17h02min
As previsões iniciais sobre perdas na safra de soja no Brasil em função da estiagem estão provocando reações no mercado internacional. Nesta segunda, dia 14, a saca atingiu o melhor preço do ano em Rondonópolis, no Mato Grosso, cotada a R$ 32 – aumento de 36% em relação aos R$ 23,50 oferecidos em fevereiro.
O bushel, padrão de medida norte-americano equivalente a 27,21 quilos, atingiu US$ 6,56 (R$ 11,70) na bolsa de Chicago, bem acima dos US$ 4,99 pagos em 4 de fevereiro, quando a soja atingiu o menor valor do ano.
Entre os Estados que mais produzem soja no Brasil, o único que mantém a mesma projeção de rendimento é Mato Grosso, que deve colher em média 50 sacas por hectare. Se confirmadasas projeções o Estado deverá colher produção recorde da oleaginosa de mais de 17 milhões de toneladas. O Mato Grosso já colheu quase 50% de sua produção.
A pior situação é a do Rio Grande do Sul, Estado mais afetado pela estiagem que desde janeiro prejudica as plantações de soja de toda a região sul e também de Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, e São Paulo, no Sudeste. O rendimento médio da safra gaúcha deve ser de apenas 780 quilos (13 sacas) por hectare, com produção total no Estado de 3,2 milhões de toneladas. Na média da Região Sul a produtividade deve ficar em 1,5 mil quilos (25,6 sacas) por hectare, com produção de 13,1 milhões de toneladas.
Na safra 2003/2004 o Brasil produziu, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 49,8 milhões toneladas de soja. A última projeção do órgão para a safra atual é de produção de 57 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que monitora a produção agrícola em todo o mundo, reduziu sua projeção de 63 milhões de toneladas para 59 milhões toneladas em seu relatório de oferta e demanda divulgado no último dia 10.