| 14/03/2005 20h32min
Integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e representantes de 11 ministérios coordenados pela Casa Civil vão participar de uma reunião na tarde desta terça, dia 15, para encontrar formas de amenizar o impacto da estiagem na região Sul.
De acordo com o coordenador do MPA, Áureo Scherer, as organizações civis farão quatro solicitações ao governo federal. A principal, segundo ele, é a definição de quais municípios estão oficialmente em estado de emergência. Eles também pedem um posicionamento sobre o valor do fundo de emergência a ser repassado a estas localidades.
– Precisamos receber este repasse rapidamente porque as famílias no meio rural estão começando a passar fome – explica.
A terceira solicitação depende de acordos bancários. Os agricultores querem prorrogar para 13 anos o prazo de pagamento das dívidas feitas para financiar a plantação e colheita da lavoura.
– Queremos três anos de carência e 10 anos para o pagamento efetivo. Não queremos anistia. Apenas o alongamento – destaca.
Os agricultores também pedem a prorrogação do pagamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – linha de crédito especial – que soma R$ 800 milhões. Segundo Scherer, os integrantes do movimento estão confiantes e acreditam que após as diversas reuniões realizadas na última semana o assunto será definitivamente resolvido nesta terça. No entanto, não demonstram o mesmo entusiasmo para a solução dos conflitos no âmbito estadual.
– Temos uma pauta com o governo do Estado que está protocolada. Mas o governador Germano Rigotto continua estimulando as isenções fiscais para as grandes empresas – como a Gerdau e GM – e concedendo somas vultosas de dinheiro em concessões de impostos. Mas permanece cego, surdo e mudo para os pequenos agricultores e não anunciou nada para as mais de 400 famílias que estão sendo atingidas pela estiagem – afirma o coordenador do movimento.
A seca que atinge a
região Sul do país é pior dos últimos
40 anos. A maior parte dos municípios afetados já decretou situação de emergência. A estimativa do governo é de que 200 mil agricultores perderam mais de 60% da safra de grãos, principalmente milho, feijão e soja.