| 14/03/2005 19h16min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá chegar por volta das 12h de quarta, dia 16, ao Rio Grande do Sul. No roteiro, está prevista visita a Erechim e um sobrevôo na região, a mais atingida pela estiagem. Pela manhã, Lula vai a Santa Catarina onde realiza discurso na cidade de Coronel Freitas. Lula estará acompanhado pelos ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.
Segundo o Palácio do Planalto, o presidente somente deve reafirmar as medidas para amenizar os efeitos da seca anunciadas pelo ministro do desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, na última sexta, dia 11, que tratam da liberação de R$ 1,2 bilhão para aliviar as perdas dos pequenos agricultores.
Entre os pleitos gaúchos destacam-se a liberação de bolsa estiagem no valor de R$ 195 milhões para atender 130 mil famílias que ficarão sem cobertura dos prejuízos. Ainda reivindicam a criação de um fundo de R$ 1,5 bilhão para quitar as dívidas de produtores junto aos setores de insumos e máquinas agrícolas.
Uma revisão do zoneamento agrícola da região – com indicação das melhores épocas de plantio para determinadas culturas –, política de crédito de irrigação, construção de açudes e barragens e aperfeiçoamento do seguro agrícola são ações que serão estudadas pelo governo. Pelas informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em sete anos, o Rio Grande do Sul já amargou 10 secas. A expectativa para os próximos 15 anos é de duas secas a cada três anos.
Na terça, integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da organização Via Campesina e representantes de 11 ministérios coordenados pela Casa Civil vão participar de uma reunião à tarde para encontrar formas de amenizar o impacto da estiagem na Região Sul.
De acordo com o coordenador do MPA, Áureo Scherer, as organizações civis farão quatro solicitações ao governo federal: a definição de quais municípios estão oficialmente em estado de emergência, um posicionamento sobre o valor do fundo de emergência a ser repassado a estas localidades, prorrogação para 13 anos o prazo de pagamento das dívidas feitas para financiar a plantação e colheita da lavoura e prorrogação do pagamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – que soma R$ 800 milhões.
A seca que atinge a Região Sul do país é pior dos últimos 40 anos. A maior parte dos municípios afetados já decretou situação de emergência. A estimativa do governo é de que 200 mil agricultores perderam mais de 60% da safra de grãos, principalmente milho, feijão e soja.
Com informações da Rádio Gaúcha e Agência Brasil.