O presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, deu uma entrevista coletiva há pouco para explicar a posição do país em relação aos ataques iniciados pelos Estados Unidos e Grâ-Bretanha. Ele disse que nenhum ataque partiu de bases no Paquistão e que apenas o espaço aéreo do país foi cedido. Lembrou que após os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, o governo paquistanês se comprometeu a participar da coalizão internacional contra o terrorismo colaborando apenas em três pontos: o espaço aéreo, uso de informações de Inteligência e apoio logístico. – Sei que o povo do Paquistão está com meu governo e todas as minhas decisões são de interesse nacional. A maioria está conosco – afirmou Musharraf. Musharraf ressaltou que, em termos de negociação com o Talibã, para que entregassem bin Laden e libertassem estrangeiros presos no Afeganistão, foi tentado "tudo o que foi possível". Lembrou que os ataques deste domingo não foram contra o povo afegão e sim contra os terroristas daquele país. Explanou três grande expectativas do Paquistão em relação a ação iniciada neste domingo: Primeiro, que "seja uma operação militar curta, com alvos específicos e que não causem danos a civis". Segundo, que, após a deposição do Talibã do poder, seja encontrada uma "saída política bem balanceada" – Qualquer que seja a solução, terá que ser ampla, uma composição multiétnica, que respeite a população do Afeganistão e que não se permita que a Aliança do Norte se aproveite desta ação e a situação depois destes ataques – afirmou Musharraf. A terceira expectativa envolveria a reabilitação do Afeganistão após os ataques. Musharraf pediu um esforço imediato das Nações Unidas e dos membros da coalizão para reparar a infra-estrutura do país vizinho, para que os refugiados que estão no Paquistão possam retornar a sua terra. • Saiba mais em reportagens especiais, entrevistas e artigos de ZH • Os pontos atingidos no Afeganistão • Textos e fotos do dia em que o terror venceu