| 10/03/2005 16h55min
Os acertos entre o governo federal e os representantes dos produtores rurais gaúchos feitos nesta quarta, dia 9, na primeira reunião interministerial para tratar da seca no Estado, não incluem uma posição final sobre uma das principais reivindicações dos agricultores: a liberação de crédito emergencial para as famílias afetadas.
Apesar da falta de posição final do governo sobre o tema, o coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Ademir Tortelli, afirma que espera pelo anúncio nos próximos dias. Também participante da reunião, o deputado federal Orlando Desconsi (PT/RS), preferiu não opinar sobre as possibilidade de o crédito ser liberado em breve.
– O governo não tem ainda posição sobre isso. O que está garantido é a manutenção do contrato de seguro da agricultura familiar – afirmou Desconsi, do Núcleo Agrário da Câmara dos Deputados.
Há, no entanto, a perspectiva de que o governo antecipe as verbas para o custeio da safra de inverno. O grupo interministerial receberá os representantes dos agricultores na próxima segunda para definir quais reivindicações poderão ser atendidas. Para Tortelli, que considerou a antecipação do custeio de inverno uma notícia positiva, a liberação de uma linha de crédito para as famílias atingidas precisa ser incluída nas medidas do governo:
– No ano passado o governo liberou R$ 300 de crédito para as famílias atingidas pela estiagem, que foi bem menor. Não há como não fazer o mesmo e com valores maiores neste ano.
Desconsi afirmou que o presidente Lula deve anunciar as medidas do governo para reduzir os efeitos da seca na região na viagem que fará ao Rio Grande do Sul, na próxima quarta.
Também nesta quarta o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, informou que os agricultores atingidos pela seca já podem se dirigir às agências bancárias nas quais contraíram os empréstimos do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) para comunicar os prejuízos.
A entrega do comunicado de perdas é o primeiro passo para o recebimento do seguro-agrícola do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que deve desembolsar pelo menos R$ 193 milhões para cobrir as perdas no Rio Grande do Sul. O dinheiro será liberado a partir do dia 1º de maio.
As informações são de Zero Hora.