| 09/03/2005 13h06min
Quem acha que o mundo está ficando cada vez mais quente tem um motivo a mais para ficar preocupado. De acordo com a Nasa, a agência espacial norte-americana, 2004 foi o quarto ano mais quente em mais de um século.
Os resultados da pesquisa conduzida por Makiko Sato e James Hansen, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, mostraram que o ano passado teve uma temperatura média 0,48 grau Celsius acima da média verificada entre 1951 e 1980. Outro indicador favorável à teoria do aquecimento global é que as quatro maiores médias desde o final do século 19 ocorreram em anos recentes. O ano mais quente foi 1998, seguido por 2002, 2003 e 2004.
Para determinar se a Terra está esquentando ou esfriando, os cientistas se basearam na análise de temperaturas médias, obtidas primeiro diariamente e, depois, anualmente, para um grande número de pontos em todo o planeta. As temperaturas foram tomadas em terra e na superfície dos oceanos, por meio de estações terrestres e satélites. Os pesquisadores trabalharam os dados em programas de computador e converteram os resultados em mapas que mostram as variações de temperaturas em cada região do planeta.
Os pesquisadores lembram que fenômenos naturais costumam provocar mudanças climáticas no planeta, como as erupções vulcânicas em 1963, 1982 e 1991. Outro evento natural com grande impacto no clima global é o El Niño, que espalha águas quentes pelo Oceano Pacífico e ajudou a atingir a temperatura recorde de 1998.
Mesmo levando em consideração os fenômenos naturais, os pesquisadores da Nasa afirmam que a poluição provocada pelo homem tem ocupado um papel cada vez mais importante nas alterações climáticas. Segundo a análise feita agora, 2005 deverá ser mais quente do que 2004 e, provavelmente, ainda mais quente do que 1998.
– Tem havido uma forte tendência de aquecimento nos últimos 30 anos, uma tendência cujos motivos têm sido mostrados como derivados primordialmente do aumento na atmosfera de gases que provocam o efeito estufa – disse Hansen em comunicado da Nasa.
As informações são da Agência Fapesp.