| 25/02/2005 09h19min
O deputado Paulo Rocha (PA), novo líder do PT na Câmara, repercutiu as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre um possível caso de corrupção detectado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, nesta sexta, dia 25, Rocha defendeu o governo, esclarecendo que o presidente está muito empenhado em resolver os problemas de corrupção no Brasil, e tem mostrado isso ao longo dos dois anos de governo.
– O nosso governo não tem convivência com corrupção – disse.
Em visita ao Espírito Santo, na última quinta, dia 24, Lula não chegou a dizer em qual instituição as irregularidades foram descobertas. O presidente afirmou que a omissão foi uma decisão sua, pois não iria "achincalhar" o governo anterior. A denúncia teria sido levada ao presidente por "um alto companheiro, de uma função muito
importante".
Para Paulo Rocha, a declaração do presidente mostrou como o
governo recebeu o país, e que agora o Brasil está em outro momento.
– O presidente recebeu todas as informações de como estava recebendo a máquina governamental não somente do Carlos Lessa (presidente do BNDES), mas de todos os companheiros que trabalharam na transição – disse.
Segundo o líder da bancada do PT, ao não mencionar o caso no início da administração, o presidente pretendia dar conta de seu programa de governo e deixar para trás a herança maldita.
As palavras do presidente causaram reação do PSDB. A deputada federal Yeda Crusius (PSDB) afirmou que o seu partido deve processar o presidente por prevaricação. Segundo ela, se Lula sabia de alguma irregularidade, ele deveria ter mandado apurar.
– Se ele barrou a apuração, ele esta falhando na condução das coisas públicas – disse.
– Lula é oposição dele mesmo – resumiu a parlamentar.