| 22/02/2005 18h27min
Os produtores rurais vão pedir ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a prorrogação das dívidas de custeio e de investimento que têm um valor total de R$ 9 bilhões. Seis governadores apóiam a medida e prometeram fazer pressão para que o governo federal ceda.
Quando a safra foi plantada as compras de insumos foram feitas com o dólar no valor de R$ 3,10. Agora, com a moeda norte-americana na faixa de R$ 2,60, os valores pagos pelo mercado estão abaixo do custo de produção. A saca de 60 quilos da soja está valendo em média R$ 26, enquanto o custo de produção foi de R$ 31. Já a saca de 50 quilos de arroz irrigado é negociada a R$ 25, o prejuízo é de R$ 5 por saca, uma vez que o custo de produção foi de R$ 30.
Para evitar um caos no setor os produtores rurais vão se reunir no próximo dia 2 de março na cidade de Rio Verde, em Goiás, com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Os governadores do Rio Grande do Sul, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás e Distrito
Federal apóiam a medida e prometem comparecer ao encontro.
Os produtores querem que as dívidas de custeio do trigo, milho, arroz, soja e algodão, estimadas em R$ 5 bilhões, sejam parceladas em 5 anos, e que as próximas duas parcelas das dívidas de investimento no valor de R$ 4 bilhões que vencem neste ano e em 2006 só sejam pagas ao final dos contratos. Os produtores também estão negociando a ampliação de 90 dias para o pagamento das dívidas feitas diretamente com as empresas privadas como as fornecedoras de insumos.
Segundo o presidente da Comissão de Cereais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Macel Caixeta, os produtores não querem dar calote, mas precisam de melhores condições para o pagamento das dívidas em função dos baixos preços pagos pelos produtos.