O inimigo número 1 dos Estados Unidos é um homem simples, modesto até, segundo investigações feitas nos últimos anos pelo serviço secreto norte-americano. Osama bin Laden nasceu em 1957, em Riyadh, Arábia Saudita. Décimo sétimo filho de Muhammad bin Laden, um milionário empresário do ramo da construção, Osama seguiu a profissão do pai e se formou em engenharia civil na Universidade King Abdul Aziz, em Jeddah. Em 1979, aos 22 anos, Osama decidiu participar das tropas do Afeganistão contra a invasão da extinta União Soviética. Antes de lutar, recebeu um rigoroso treinamento dos maiores especialistas em estratégia militar no mundo: a CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos. A resistência afegã saiu vitoriosa contra os soviéticos. Osama passou a ser chamado de bin Laden e se transformou em uma espécie de líder no Afeganistão. Voltou para a Arábia Saudita em 1989, onde é considerado por muitos um herói. Desde lá, assumiu a defesa da causa islâmica. De acordo com o Departamento de Estado americano, bin Laden é o principal agente do islamismo extremo em atividade no planeta. Na década de 90, o herdeiro de uma fortuna avaliada em US$ 500 milhões ganhou visibilidade mundial. Depois de escolher os Estados Unidos como inimigo do islamismo, bin Laden teria criado um verdadeiro exército de rebeldes em todo o mundo e financiado operações terroristas contra os EUA. É creditado a ele o atentado contra o World Trade Center em 1993 e o assassinato de 19 soldados americanos na Arábia Saudita, em 1996. Neste mesmo ano, bin Laden foi expulso do Sudão, e o então presidente dos EUA Bill Clinton autorizou a CIA a caçar bin Laden vivo ou morto. Em 1998, bin Laden também teria comandado os atentados contra embaixadas americanas no Kênia e na Tanzânia. Apesar dos esforços, os Estados Unidos não conseguiram capturá-lo. O comportamento do procurado colabora, e muito, para a manutenção da própria liberdade. Aos 44 anos, bin Laden raramente concede entrevistas, vive ao lado de pelo menos três mulheres em algum lugar do Afeganistão sob proteção da milícia Talibã, que controla 90% das ações do país com conceitos morais religiosos fortíssimos. Os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, nesta semana, são novamente atribuídos a bin Laden, que até agora não fez qualquer pronunciamento. O certo, porém, é que se os EUA conseguirem provar ao mundo que ele é mesmo o responsável pelo mais ousado e violento atentado da história, o engenheiro treinado pela CIA em 1979 vai precisar muito mais do que a proteção afegã. Bin Laden, é claro, já sabe disso. Onde fica o Afeganistão