| 11/09/2001 15h32min
O brasileiro Roberto Zegara estava acostumado a freqüentar o World Trade Center em Nova York. Consultor sênior da Marsh Risk Consulting, empresa de um grupo que emprega mais de 50 mil pessoas no mundo, Zegara esteve nesta segunda-feira em Nova York para fazer uma palestra na área de reconstrução de prédios depois de um desastre, como incêndios. – Mas isso que ocorreu era impossível se prever. Dois aviões deliberadamente destruindo o World Trade Center, era impossível – afirma o baiano, há quatro anos nos Estados Unidos. Hoje, por coincidência, era dia de Zegara trabalhar em casa, na pacata Reston, cidade pequena próxima a Washington, onde mora com a mulher, a gaúcha Luciana, e o filho norte-americano Antônio, de 2 anos e 3 meses. – As pessoas estão em estado de choque – confirma. Zegara disse que tentou telefonar várias vezes para Nova York para ter notícias dos colegas, mas não conseguiu completar as ligações. Mesmo em Reston, as pessoas se recolheram às suas casas. O consultor conta que Luciana pretendia até sair para comprar mantimentos e se preservar de uma possível falta de alimentos e água, atitude comum em períodos de exceção, como guerras. – Estou gravando tudo. As imagens dos prédios, o povo – adianta Zegara, tentando preservar a história em suas lentes. Consultor experiente, o baiano vê os atentados que atingiram os Estados Unidos nesta terça-feira também sob o foco profissional. – Isso aqui realmente era impossível prever. Muda as perspectivas das pessoas.
CHRISTIANNE SCHMITT