| 08/07/2001 20h38min
O agravamento da crise argentina deu um susto. O mercado chegou prever moratória na quarta-feira e, na quinta, o Brasil interrompeu as relações comerciais com o país. Mas, nem isso nem todos os números negativos do país foram capazes de alterar o ânimo dos empresários brasileiros, principalmente os catarinenses, que têm negócios na Argentina. Naquele país estão 400 empresas brasileiras que, segundo o Grupo Brasil, que coordena os investimentos nacionais na Argentina, querem permanecer com aposta de que a recessão econômica será vencida. O Grupo Brasil calcula que os investimentos das empresas brasileiras na Argentina alcançam o fantástico montante de US$ 10 bilhões. Um dinheiro que aplicado pelas empresas nacionais industriais, comerciais e de serviço reverteu na abertura de 12 mil empregos. – Os empresários brasileiros que vieram para cá estão bem quietinhos diante da recessão porque sabem que vão se beneficiar quando os argentinos a vencerem – afirmou Fernando Magno Pompeu Campos, diretor do Grupo Brasil. Pompeu Campos destaca como positivo às empresas a compensação do dinheiro pago na CPMF argentina no Imposto de Renda e no IVC (o ICMS local), em processo de implantação pelo superministro da Economia. Mesmo com a recessão que dura três anos, a empresa de Jaraguá do Sul conseguiu aumentar o faturamento na Argentina, destacou o presidente da Marisol Argentina SA, Ilario Bartel. As vendas pularam de US$ 1,7 milhão, no ano passado, para US$ 2,7 milhões neste, num resultado positivo de US$ 1 milhão, em meio ao quase desaparecimento da indústria têxtil argentina. A Marisol, como a maioria das empresas brasileiras na Argentina, importa e revende produtos fabricados no Brasil. Ilario fornece para 650 lojistas em toda a Argentina e movimenta o negócio com 14 empregados e 14 representantes, que promovem as vendas. Um dos piores problemas é a inadimplência, que chega a 20%.
EUCLIDES LISBÔA