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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta, dia 28, que as denúncias contra ele são inconsistentes e que não cogitou deixar o cargo. As acusações contra ele vieram à tona em matéria publicada pela IstoÉ. Segundo a revista, o presidente do Banco Central não apresentou a declaração do Imposto de Renda relativa a 2001 argumentando que morava no Exterior, mas declarou à Justiça Eleitoral que já estava residindo em Goiás.
– O fato concreto é que as denúncias são inconsistentes. A jurisprudência é firmada e está totalmente esclarecido na nota – reafirmou nesta quarta durante coletiva na qual foi comunicada a saída de Luiz Augusto Candiota da direção de Política Monetária.
Em nota divulgada na sexta, Meirelles alegou que, apesar de ter cancelado seu domicílio fiscal no Brasil quando mudou-se para os Estados Unidos em 1996, manteve o domicílio eleitoral no país, como permitido pela legislação.
A Procuradoria de República do Distrito Federal apura desde junho suposto envolvimento de Meirelles em sonegação de impostos e omissão de depósitos no exterior.
Além de Meirelles, a publicação fez denúncias contra Candiota. Embora tenha negado mais uma vez as acusações de sonegação, omissão fiscal e evasão de divisas apontadas na reportagem, Candiota afirmou nesta quarta que sua permanência no posto poderia ser "prejudicial ao Banco Central, ao mercado financeiro e ao país''.
– Com surpresa e tristeza tomei conhecimento da reportagem, em que sou acusado de me envolver em operações 'suspeitas – disse Candiota ao reproduzir carta enviada ao presidente do BC, Henrique Meirelles, com seu pedido de exoneração imediata.
– Sinto-me violentado pessoalmente e profissionalmente, sobretudo pela forma como a matéria é apresentada, dando a entender que teria me envolvido em operações fraudulentas, tendo ignorado a legislação e dela me distanciado como se fosse um marginal – disse.
Candiota disse não ter mais motivação para permanecer no cargo, que ocupava desde março do ano passado. A saída e a indicação do economista gaúcho Rodrigo Azevedo, ligado ao Credit Suisse First Boston.
As informações são da agência Reuters.