| 24/05/2001 22h18min
A renúncia do senador José Roberto Arruda (sem partido-DF), consumada na manhã desta quinta-feira, e a confirmação de que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) seguirá o mesmo caminho na próxima quarta-feira tiram de cena os dois protagonistas do maior escândalo da história do Senado. Arruda preferiu uma retirada compungida, alegando ter sido vítima de um processo de cartas marcadas, mas sem responsabilizar nominalmente políticos ou partidos. ACM, ao contrário, deve sair atirando. Ao desembarcar nesta quinta-feira em Salvador, vindo de Brasília, ACM disse que "talvez, não valha a pena voltar a debater com aquelas pessoas, com a mesma facciosidade da vez anterior (o depoimento ao Conselho de Ética do Senado e a acareação com Arruda e com a ex-diretora do Prodasen Regina Borges)". O senador afirmou também que não quer ser julgado novamente por quem não estaria "à altura de o fazer" – referência aos integrantes do Conselho de Ética, que aprovaram por 13 votos a dois a abertura de processo de cassação contra ele na quarta-feira. Ele afirmou que vai esperar um parecer dos advogados Márcio Thomaz Bastos e Luiz Cernicchiaro antes de decidir se renunciará ou recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o veredicto do Conselho de Ética. Aproveitará o final de semana, porém, para escrever o discurso de despedida do Senado. Filho mais velho de ACM, o professor e empresário Antonio Carlos Magalhães Júnior, de 48 anos, assumirá a vaga do pai se ele confirmar a intenção de renunciar ao mandato. Junior afirma nunca ter tido qualquer aspiração política. Ganhará um mandato sem nunca ter disputado qualquer eleição. • Entenda o caso Comentário da editora de Política de Zero Hora, Rosane de Oliveira