| 08/05/2001 08h35min
Abandonado pelo PMDB, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deve pedir demissão nesta terça-feira ao presidente Fernando Henrique Cardoso. O pedido de demissão foi sugerido pelos próprios companheiros do PMDB para poupar o presidente do constrangimento de demiti-lo. Bezerra se transformou num fardo para o governo a partir de denúncias publicadas na última edição da revista Veja de má utilização de incentivos fiscais da Sudene em uma de suas empresas, a Metais do Seridó S.A (Metasa). FH adiou para hoje a conversa solicitada por Bezerra para dar explicações sobre a denúncias. O ministro foi ao Palácio do Planalto ontem à noite para uma reunião preliminar com o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira. Por meio do porta-voz Georges Lamazière, FH alegou problemas de agenda para transferir o encontro com Bezerra. Foi a única palavra oficial do Palácio do Planalto sobre o assunto, num dia de grande tensão e expectativa. Depois de um inesperado pronunciamento sobre o racionamento de energia, no qual anunciou que não será cobrada multa por excesso de consumo, FH evitou comentar a situação de Bezerra. Aos peemedebistas Bezerra disse que tem “explicações consistentes” para dar, mas que decidiu entregar o cargo para deixar o presidente à vontade. A cúpula do PMDB começou a discutir o perfil do substituto de Bezerra. Um dos nomes que circularam no Palácio e no Congresso foi o do deputado Michel Temer (SP), ex-presidente da Câmara.