Santa Catarina não vai aderir à zona tampão e vacinar o rebanho novamente contra a febre aftosa. A decisão foi tomada no começo da tarde desta quinta-feira em Concórdia, no Oeste catarinense, numa reunião entre governo, técnicos sanitários e mais de cem representantes de entidades ligadas a produtores e agroindústria. O grupo preferiu ficar na retranca, mas garantiu estar solidário com a decisão dos gaúchos que vão vacinar o rebanho na zona fronteiriça com o Uruguai e Argentina a partir da próxima semana. A informação é do secretário de Agricultura, Odacir Zonta, que comunicará a posição durante a tarde ao Ministério da Agricultura. – Foi uma escolha unânime. Todos estão bem informados sobre a situação – comentou o secretário, ao clicRBS. A decisão antecipou também a posição do segmento no Extremo-Oeste do Estado, que seria o mais afetado pela medida e que tinha uma reunião marcada para a próxima segunda-feira. Associações de produtores da região participaram do encontro em Concórdia e foram favoráveis a ficar de fora da área tampão. O grupo reunido em Concórdia, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), avaliou que não seria o momento de retomar a imunização mesmo restrita a uma região. É o efeito financeiro da medida que está determinando a postura catarinense. A possibilidade de afetar as crescentes vendas de carne suína e de frango para o Exterior orienta o pensamento do setor. Na decisão, tomada como palavra final para o governo estadual, ficou acertado ainda que a vigilância e as entidades avaliarão constantemente como está o risco de contaminação. Mais: o grupo pede o esforço do Ministério para que o governo brasileiro forneça doses da vacina e apoio técnico para a imunização nas províncias argentinas lindeiras. A decisão em Santa Catarina deve ter sua prova de fogo a partir desta sexta-feira na reunião do Circuito Pecuário Sul em Florianópolis. Odacir Zonta aposta que a opção catarinense seja respeitada: – Quando houve a decisão no Rio Grande do Sul, ficou acertado que SC teria o direito de escolher a melhor saída. Confira a cobertura da polêmica da volta da vacinação nos dois Estados.