| 03/05/2001 10h12min
A vacinação do gado catarinense contra a febre aftosa será discutida em reunião nesta manhã de quinta-feira entre o governo e entidades do setor pecuário. Mas a questão divide opiniões dentro do próprio governo. Enquanto o secretário do Desenvolvimento Rural e Agricultura, Odacir Zonta, admite a imunização, o diretor técnico da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrária de Santa Catarina (Cidasc), Mauro Kazmierczak, afirma que a posição da entidade é pela não vacinação – mesmo com a manutenção do título de zona livre sem vacinação. Ele afirma que pela conjuntura atual, a imunização do rebanho não vale a pena. – A vacinação pura e simples não vai dar a proteção que se imagina – afirma. Ele garante que a imunidade da vacina é de apenas 20%. Kazmierczak explica ainda que o vírus que vem atacando o rebanho argentino, o A24, é um pouco diferente do contido na vacina. De acordo com a Cidasc, o foco da doença mais próximo da fronteira fica, em linha reta, a 630 quilômetros, em território Argentino. Já no Uruguai, a distância é ainda maior: chega a 720 quilômetros. Kazmierczak diz que não entende a "afobação" em torno da vacinação porque a situação já esteve bem mais crítica. – Quando havia um foco no Rio Grande do Sul, a apenas 166 quilômetros de Santa Catarina, ninguém se apavorou. O diretor afirma que a melhor forma de combater a aftosa é manter a fiscalização na fronteira. Atualmente, o Estado conta com duas barreiras fixas e 20 móveis para impedir a entrada de gado e carne infectada em Santa Catarina. O trabalho é realizado por uma equipe de 200 pessoas e conta com o apoio do Exército, Marinha e Polícia Militar. – Estamos com uma vigilância muito boa – garante.