| 30/04/2001 07h36min
A evolução dos casos de febre aftosa no Uruguai nesta semana será decisiva na decisão de vacinar ou não os rebanhos no Brasil. O Ministério da Agricultura já tem a estrutura montada para começar os trabalhos de imunização, dependendo apenas da ordem do ministro Marcus Vinícius Pratini de Moraes. A principal dúvida fica quanto abrir mão do status de área livre de aftosa sem vacinação, posição até agora defendida pelo governo federal e que facilita a exportação de carne para determinados mercados. A volta da vacinação poderá ocorrer ainda antes da reunião do Circuito Pecuário Sul – formado por Rio Grande do Sul e Santa Catarina –, marcada para 9 e 10 de maio. Segundo um levantamento de Zero Hora, cerca de 100 milhões de vacinas já estariam estocadas. Rio Grande do Sul e Santa Catarina deixaram de imunizar o rebanho há um ano, o que permitiu fechar negócios como a venda de carne suína para a Rússia. Pratini de Moraes se reunirá com os ministros da Agricultura do Mercosul nesta quarta-feira, em São Paulo, a fim de traçar um plano conjunto para combater a aftosa. Nesse domingo, o ministério fechou a doação de 1 milhão de vacinas para o Uruguai, que tem 29 focos confirmados. Quanto ao vírus verificado na Argentina, o ministério brasileiro não pode atestar a eficiência da vacina nacional. Segundo o chefe da divisão de febre aftosa, Jamil Gomes de Souza, o Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) utiliza o laboratório do ministério em Belém (PA) para estudar a caracterização do vírus A, o mesmo encontrado no Uruguai. A vacina brasileira é para os tipos O, A e C.
CAROLINA BAHIA