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 | 11/03/2004 11h48min

José Vicente Brizola presta esclarecimentos na Assembléia

Ex-diretor da Lotergs fala sobre caixa 2 na campanha eleitoral de 2002

O ex-diretor da Loteria do Estado do Rio Grande do Sul (Lotergs) José Vicente Brizola começou a ser ouvido na manhã desta quinta, dia 11, na Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembléia Legislativa. José Vicente foi questionado sobre o edital de licitação para comercialização de bilhetes da Lotergs, vencido pela Capital Construtora e Limpeza Ltda, empresa da qual é acionista o bicheiro Carlos Cachoeira, envolvido no caso Waldomiro Diniz. O ex-diretor da Lotergs disse que o edital foi elaborado com o aval da secretaria da Fazenda, antes de sua entrada no governo Olívio Dutra em 2001.

A BET- Capital Limitada é responsável pela impressão e distribuição dos bilhetes da loteria estadual. A abertura da licitação começou em 29 de maio de 2001, chegando no ano passado a um processo de migração. Na época, a constituição da empresa, Capital Construtora e Limpeza Ltda, pertencia aos sócios Sebastião de Ramos Júnior, com 50%, e outro sócio, Lenine Araújo de Souza. No ano passado, houve uma nova constituição na Capital com a entrada da  coreana BET Company, cujo representante, o Cachoeira, passou a deter 50% das ações da empresa que passou a se chamar BET-Capital Ltda.

Com isso, o irmão do bicheiro, Sebastião Ramos Júnior, não é mais um dos sócios. Ao controlar a loteria estadual gaúcha, modalidade de jogo de baixa rentabilidade, a intenção de Cachoeira seria estabelecer uma base para mais tarde dominar o milionário negócio de jogos eletrônicos no Estado, o que teria conseguindo em 2003 ao associar-se com o grupo coreano BET.

José Vicente fala no momento sobre a busca de dinheiro com bicheiros e proprietários de bingos para financiar a campanha do PT de 2002. Em entrevista à revista Veja, o ex-diretor Lotergs alega ter sido coagido a pedir recursos para a campanha do PT no RS, em 2000. Os doadores seriam empresários ligados ao jogo do bicho e às loterias legalizadas e concedidas pela Lotergs.

Os recursos iriam para um fundo ilegal de campanha e o pedido teria sido feito pelo filho da então senadora candidata à releeição Emília Fernandes. Apesar do caixa de campanha paras eleições majoritárias ser comum entre candidatos ao Senado e ao governo do Estado, na entrevista, José Vicente descarta a possibilidade de envolvimento de Paulo Paim e Tarso Genro (candidatos a senador e governador respectivamente) no esquema.

Com informações são da Rádio Gaúcha.

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