| 24/04/2001 14h07min
A Procuradoria da República no município gaúcho de Santo Ângelo ingressou com uma ação civil pública contra a União e o Rio Grande do Sul e em Santa Catarina pedindo que seja determinada, em liminar, a vacinação dos rebanhos bovino, bubalino, suíno, ovino e caprino nos dois Estados. O procurador Osmar Veronese, autor da ação, pede que a imunização ocorra mediante controle técnico, a ser implementado pelo Ministério da Agricultura, em conjunto com as secretarias estaduais de Agricultura. O plano de vacinação deve ser apresentado à Justiça em até 15 dias. A ação foi instaurada a partir de uma representação dos dirigentes da Associação Regional dos Sindicatos e Trabalhadores Rurais da Grande Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, que representam a classe de pequenos e médios produtores. Segundo o procurador, os argumentos para a volta da vacinação “encontram eco” em uma decisão unânime aprovada na reunião do último dia 12 de abril. Na ocasião, foi debatida a questão da febre aftosa no Rio Grande do Sul entre produtores, agrônomos, veterinários de cooperativas e Coordenadoria de Agricultura e Veterinária do Estado. No encontro, foi evidenciado o alto risco que a região está correndo por fazer fronteira com a Argentina, e, mesmo com a fiscalização reforçada na região, alguns dirigentes sindicais dizem ser de conhecimento geral a entrada clandestina de animais no Brasil. Veronese acrescenta que somente nos dois Estados é proibida, pelo Ministério da Agricultura, a comercialização e a aplicação da vacina contra a febre aftosa. Conforme ele, os demais Estados brasileiros têm seus rebanhos protegidos pela vacina. – A confirmação de mais de 150 focos da doença na Argentina já é motivo suficiente para a volta da imunização como forma de precaução contra a febre e suas conseqüências – ressalta o procurador. De acordo com o procurador, o vírus da aftosa se espalha por meio do contato entre animais, além da contaminação pelo solo e água. O vento pode transportar o vírus por até 90 quilômetros. A carne contaminada não afeta a saúde do homem, mas atinge o bolso do criador e provoca efeitos nocivos à economia – o gado afetado emagrece, produz menos leite e o animal fica impedido de ir ao abate para consumo ou é submetido ao chamado rifle sanitário, como foi feito no episódio de Jóia. Conforme a procuradoria, animais não vacinados e contaminados podem até morrer. • Tire suas dúvidas sobre a doença