| 06/02/2004 09h32min
O governador Germano Rigotto afirmou na manhã desta sexta, dia 6, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, que as finanças do Estado estão "enforcadas". O governo prevê um déficit nas contas públicas de R$ 1,6 bilhão em 2004, e o pagamento dos salários do funcionalismo pode ser comprometido. O governador reúne-se às 10h com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para negociar formas de preservar as receitas do Rio Grande do Sul.
– O Estado está sufocado. A cada mês é uma luta para pagar o funcionalismo em dia, e só neste ano temos uma previsão de déficit de no mínimo R$ 1,5 bilhão nas contas do Rio Grande do Sul. Precisamos encontrar alternativas para manter investimentos e pagamentos em dia – ressaltou Rigotto.
Após apresentar o projeto de ampliação da General Motors em Gravataí ao presidente Lula, Rigotto pretende rever a dívida dos Estados com a União e propor a desburocratização de repasses de verbas para
as unidades federadas.
A apresentação dos novos investimentos da GM no Estado será feita pelo presidente mundial da montadora, Richard Wagoner, e pela direção da GM no Brasil. A empresa anunciou nesta quinta a destinação de US$ 240 milhões para a unidade gaúcha, onde será montado um novo modelo da marca Chevrolet e estruturada uma unidade voltada para a exportação.
Após reunião com a direção da GM, Rigotto deve conversar com o presidente sobre a dívida do Estado com a União. Conforme o governador, atualmente cerca de 18% de toda receita que é arrecadada e aportada no Rio Grande do Sul acaba destinada ao governo federal.
– Este percentual é insustentável, muito alto, e compromete o equilíbrio das contas estaduais – afirmou.
O chefe do Executivo estadual pretende obter a liberação de R$ 8,5 bilhões negociados como compensação à desoneração das exportações. Rigotto ainda deve abordar questões relativas à Medida Provisória (MP) que destina 25% dos
recursos da Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (Cide) para os Estado.
Embora afirme que a situação das finanças é preocupante, o governador garantiu que não privatizará estatais ou recorrerá ao Caixa Único para manter os salários em dia.