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O Brasil firmou um acordo com a Índia neste domingo, dia 25, para o lançamento de micro-satélites brasileiros por foguetes indianos. O ministério das Relações Exteriores ainda não sabe precisar quando os equipamentos serão lançados, mas uma equipe da Agência Espacial Brasileira (AEB) deve visitar a Organização de Pesquisa Espacial Indiana (Isro) no fim de março para discutir a possibilidade de lançamento de vários satélites nacionais a partir da Índia, entre eles o satélite de pesquisa atmosférica Equars.
A Índia conta com grande capacidade na área espacial e já anunciou que pretende mandar um homem à Lua em 2008. O Brasil, segundo a embaixadora em Nova Délhi, Vera Barbosa, quer aproveitar o estreitamento das relações para avançar também nesta área. A intenção é aplicar as ciências espaciais e as informações obtidas por satélite para o desenvolvimento científico, social e econômico do país.
Cientistas brasileiros e indianos já estão mantendo contatos para intercâmbio em áreas de interesse para os dois países, como o estudo do clima espacial e da atmosfera superior. Eles pretendem trocar também informações coletadas por seus satélites sobre meteorologia, nível dos rios e temperatura e salinidade dos oceanos.
Em declarações à imprensa local, analistas indianos dizem que a Índia também tem interesse em obter informações dos satélites do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). O objetivo seria monitorar o movimento de guerrilheiros separatistas na região da Caxemira, no norte do país, disputada há quatro décadas por Índia e Paquistão,
Os mesmos analistas acreditam Brasil e Índia possam quebrar o oligopólio das nações ricas na área espacial porque ambos desenvolveram um grande número de tecnologias próprias e contam uma grande quantidade de especialistas de primeira linha nessa área.
A Índia, que possui a bomba atômica desde 1974, também detém o conhecimento do uso de energia nuclear para fins militares e pacíficos. Mas a embaixadora brasileira em Nova Délhi diz que o governo Lula não está buscando parcerias no campo nuclear.
– Não é interesse nacional desenvolver essa área – enfatizou.
As informações são da Agência Brasil.