| 19/01/2004 22h36min
O projeto de criação de um Pedágio Social na BR-470, entre Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, a Navegantes, no litoral norte catarinense, foi apresentado na noite desta segunda, dia 19, ao ministro dos Transportes, Anderson Adauto, em visita a Florianópolis.
O dinheiro arrecadado com esse pedágio, que seria 50% mais barato do que é atualmente cobrado em outros Estados, seria destinado à melhoria e conservação das estradas, além de investimentos na construção e duplicação de rodovias.
O ministro esteve na capital catarinense para apresentar novo modelo de concessões para as rodovias federais, em discussão na Câmara Federal.Lideranças políticas do Estado se mostraram divididas com a proposta de Pedágio Social.
O secretário da Infra-estrutura do Estado, Edson Bez de Oliveira, diz que o grande fluxo de veículos e a importância econômica da BR-470 são as condições para que a estrada seja escolhida como obra piloto, caso o projeto saia do papel.
O próprio governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) foi surpreendido com a proposta. Até a noite desta segunda, ainda não tinha conhecimento dos detalhes do estudo para implantação do Pedágio Social.
O governador só deverá pronunciar-se a respeito após conhecer seu conteúdo. Uma comissão será criada pela Secretaria de Infra-Estrutura para trabalhar em cima da idéia.
A reação das lideranças políticas ao anúncio do Pedágio Social foi ponderada. As críticas mais contundentes partiram do ex-governador Esperidião Amin (PP):
– Não me surpreende em nada a intenção de implantar o pedágio na BR-470. O PMDB já tentou encher o Vale do Itajaí de pedágios em sua última administração. E os líderes do partido, hoje, são os mesmos daquela época – afirmou o ex-governador ao Diário Catarinense.
A senadora Ideli Salvatti (PT) explica:
– O ideal seria que não fosse preciso implantá-lo. Sempre fomos contra. Pelos menos, tem que ser feita uma análise concreta da situação de cada rodovia, ver o que é pior: ficar sem asfalto ou cobrar pedágio.
O senador Leonel Pavan (PSDB), por sua vez, preocupa-se mais com os benefícios que o sistema dará aos cidadãos.
– Pedágio é mais um tributo, o que não faz bem a ninguém. Tem que ser colocado qual será o benefício ao usuário, como será tratado o cidadão que mora nos limites da rodovia. Já está existindo muito discurso e demagogia em cima da BR-470 – afirmou.
O senador Jorge Bornhausen (PFL), até por não conhecer o conteúdo do projeto, preferiu não tecer maiores comentários. Mas cobra que as duplicações da BR-470 e da BR-101, até porque promessas de campanhas, sejam executadas. Se com pedágio ou sem pedágio, frisa, cabe ao executivo decidir.