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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, encaminhou ao Ministério da Fazenda nesta quinta-feira, dia 15, um documento propondo a liberação de Empréstimo do Governo Federal (EGF) para a compra do excedente de leite disponível no mercado. O objetivo é que, com os recursos, o produto possa ser adquirido e estocado pelas cooperativas e indústrias do setor e ter o seu preço assegurado. Para isso, são necessários R$ 500 milhões no ano, sendo R$ 300 milhões até março, conforme estima a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados.
Ainda em janeiro, o ministério reunirá cooperativas, movimentos sociais e sindicatos que representam a agricultura familiar no setor leiteiro para discutir alternativas que reduzam o impacto da redução do consumo e da crise da Parmalat, desencadeada pela concordata da matriz do grupo, na Itália. A multinacional é a segunda maior captadora do produto no país. A empresa, cujo rombo contábil pode superar os 10 bilhões de euros (R$ 36,6 bilhões), processa 1 bilhão de litros por ano no Brasil. Em Goiás o grupo já anunciou a redução de suas atividades em 50%.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário também vai realizar um diagnóstico sobre a cadeia leiteira do país que permita a elaboração de estratégias para o fortalecimento do setor. Segundo Rossetto, estão sendo combinadas ações de curto prazo para evitar prejuízos aos agricultores que fornecem leite para a Parmalat e medidas capazes de sustentar a renda do conjunto da cadeia leiteira brasileira. São cerca de 500 mil agricultores familiares produtores de leite no mercado formal e outros 500 mil no mercado informal, que representam 52% da produção brasileira. Na quarta-feira, dia 14, Rossetto recebeu em Brasília representantes da cadeia leiteira da Região Sul para debater a crise do setor. Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Paraná são os maiores produtores de leite no Brasil.